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A Teoria dos Sentimentos Morais

 Autor: Adam Smith  Category: Filosofia  Publisher: Ed. Visconde de Cairu  Publicado: outubro 22, 2024  Tags: Adam SmithFilosofiaMoraisSentimentosSentimentos MoraisTeoria | More Details
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É inevitável associar o nome de Adam Smith mais à ciência econômica, por sua grande colaboração em descrever o sistema capitalista em sua obra-prima A Riqueza das Nações. Em que pese o uso de termos, muitas vezes na tentativa de tachar um termo pejorativo à sua pessoa, como “pai do capitalismo”, é preciso atentar-se ao fato de que Adam Smith só tratou de descrever e estabelecer em bases teóricas e práticas o que era o processo econômico corrente, e que de fato é a essência da natureza (comercial) humana.

Não há paralelo possível disto com o estabelecimento com base “em nada”, de um sistema 100% teórico e saído da mente de somente uma ou duas pessoas, como é a origem do sistema comunista/socialista, que ainda há quem coloque como um contraponto aceitável daquilo que Adam Smith descreveu no seu A Riqueza das Nações.

Eu disse que era inevitável não falar de economia com Adam Smith; eu mesmo acabo de cometer tal equívoco. Mas não inteiramente sem propósito: o fato que quero destacar aqui é que Adam Smith é primoroso em suas observações, e que sabe colocar tais observações dentro de um sistema teórico e prático filosófico como poucos em sua e em épocas anteriores e posteriores. E é isto exatamente que Adam Smith faz neste A Teoria dos Sentimentos Morais.

Este discurso é anterior a muitas de suas obras de maior fama, incluindo a própria A Riqueza das Nações, salvo engano, sua obra de maior repercussão pública. E é nela que Adam Smith estabelece a base de sua filosofia, que então permeia seus estudos mesmo quando ela não tão diretamente trata de filosofia – pelo menos não no sentido mais estrito da palavra.

Implícita está a mensagem, parece-me, de que toda a lida em sociedade deve estar fundada em (bons) sentimentos morais. Como iriam reconhecer, por exemplo, os pais fundadores da América, que estabeleceram as bases da Constituição nacional (no caso, a americana) que culminou no país mais livre e próspero que se tem notícia na civilização humana, pelo menos no período em que se tem suficiente historiografia para registrá-la.

Qualquer sistema de governança só funciona tão bem quanto as matérias e as partes que o constitui permite. O capitalismo também pode dar muito errado. E para isto basta que não haja fortes sentimento morais na sociedade em questão (me parece um corolário do pensamento de Smith, que deságua nos pais fundadores americanos e na Constituição daquela nação próspera, que infelizmente tem se afastado dos seus primórdios paulatinamente em décadas mais recentes…). Mas a história mostra que ele dá muito mais certo do que errado, e principalmente quando há tal bagagem de sentimentos morais permeando as interações sociais.

Rodrigo Campi Sperbi


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